sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A flor mutante

 


Introdução

Seria possível fazer, em pouco tempo, uma flor branca tornar-se verde fluorescente? Então confira nesse experimento como fazer uma "flor mutante", usando materiais simples como caneta marcadora de texto verde e flor de crisântemo branca.

Materiais necessários

  • Flores brancas (pode ser rosa, cravo, crisântemo, margarida)
  • Caneta Marca texto fluorescente
  • Água
  • Tesoura
  • Lâmpada de luz negra
  • Copo ou recipiente transparente
Primeiramente abra a caneta marca texto e corte um pedaço da carga interna. Coloque o pedaço no copo com água pela metade.
Corte a flor pelo caule e coloque-a no copo com água. Corte mais um pedaço do caule, mas sem tirá-lo da água. Cortar o caule dessa forma impede que bolhas de ar entrem nos vasos condutores da planta e quebrem a coluna de água que vai da raiz até as pétalas e folhas.
Deixe a flor na água fluorescente de um dia para o outro. Para ver a fluorescência, apague as luzes, ilumine a flor com luz negra e observe o que acontece.

O que acontece
Depois de um dia na solução fluorescente, as pontas das pétalas e das folhas do crisântemo ficam fluorescentes, quando iluminadas com luz negra. Assim, obtemos nossa “flor mutante”. Falamos que a flor é mutante por causa da mudança em sua coloração, mas na verdade ela não é mutante. Para “produzirmos” uma planta mutante verdadeira temos que alterar o DNA dela, inserindo ou retirando um fragmento dessa molécula e isso não foi feito.
Nesse experimento vemos as pétalas e folhas mudarem de cor, porque a substância fluorescente presente na solução sobe para as pétalas e folhas junto com água. Mas como a água com a substância fluorescente chega até as pétalas e folhas? A água sobe contra a ação da gravidade? Como isso acontece?
Nas plantas vasculares (plantas pertencentes aos grupos das Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas), a água, os sais minerais e também os produtos da fotossíntese são transportados em vasos condutores. O xilema é o vaso que transporta água e sais minerais da raiz para as folhas e o floema transporta os produtos da fotossíntese. Como a água sobe da raiz para as folhas, passando pelo xilema?
Essa questão intrigou botânicos durante muito tempo. Há duas explicações possíveis para esse fenômeno: a água pode ser “empurrada” a partir da raiz ou “puxada” a partir do ápice. Sabe-se que as plantas perdem água pela transpiração que ocorre nas folhas. Isso sugere que, à medida que a água presente nas folhas evapora, a água que está no caule repõe a que evaporou. Esse fato corrobora, portanto, a segunda explicação. A água sobe da raiz para as folhas por causa da coesão e tensão entre moléculas. Devido a essas duas características, é formada uma coluna d’água dentro do xilema. À medida que a planta perde água pelas folhas, a coluna d’água sobe por sucção, levando água até as pétalas e folhas do ápice. É assim que, no experimento descrito, a água com substância fluorescente é levada do copo para as folhas e pétalas.


Plantas mutantes: elas podem estar mais próximas do que imaginamos
Uma definição para "planta mutante" é: vegetal que possui modificações em seu material genético. Isso pode acontecer através da inserção de fragmentos de DNA (genes) de outros organismos no material genético de um vegetal. Mas quando falamos em inserção ou remoção de fragmentos de DNA, logo nos vem à mente imagens de plantas gigantescas ou até com "super- poderes", próprias de filmes de ficção científica. Mas não estamos falando em ficção e sim em tecnologias utilizadas em genética vegetal, difundidas e realizadas em diversos institutos de pesquisa e empresas que comercializam sementes.
Muitas sementes e produtos de origem vegetal que consumimos, hoje em dia, são o que chamamos de transgênicos. Elas são resultantes de alterações realizadas em seu material genético, com o fim de melhorar sua produtividade. A soja, por exemplo, é uma planta que tem sido produzida dessa maneira. Existe soja transgênica resistente a herbicida, resistente a insetos, com alto teor de alguns nutrientes. As plantas transgênicas, por serem mais resistentes que as plantas convencionais, tornam-se, portanto, mais rentáveis para os produtores, pois reduzem o gasto com agrotóxicos e produzem mais. Ao invés de gastarem litros e litros de agrotóxicos, que em geral são tóxicos para os seres humanos e animais, os produtores podem investir em sementes transgênicas que sejam resistentes a pragas, evitando, assim, contaminar o meio com o uso demasiado dos defensivos agrícolas.
Há quem diga, no entanto, que os transgênicos podem ser perigosos. Desde seu surgimento, existem grupos que defendem e outros que condenam o uso da planta transgênica para a produção de alimentos. Um dos argumentos contra o uso de produtos transgênicos na indústria alimentícia é o de que ainda não se teve tempo suficiente para avaliar os impactos ambientais e na saúde dos consumidores de seu uso. Estudos têm sido feitos, mas esses impactos ainda não foram totalmente esclarecidos. Apesar disso, já existem diversos alimentos sendo produzidos com matéria-prima transgênica. Alimentos que contêm soja, batata e milho e também os importados da Argentina e dos Estados Unidos (onde os transgênicos já são usados intensamente) podem ser feitos com plantas transgênicas. Órgãos do governo brasileiro, que regulamentam o uso dos transgênicos, têm exigido que alimentos com mais de 1% de matéria-prima transgênica deva apresentar, nos rótulos, especificações e informações sobre a presença desses produtos.
Com o pouco que aprendemos aqui, já podemos perceber o quanto esse assunto é polêmico. Mantermo-nos informados sobre os transgênicos é imprescindível para que possamos ser capazes debater sobre esse assunto e de exigir nossos direitos. Queremos “plantas mutantes” em nossos pratos?



Mais informações sobre plantas transgênicas
http://biosonialopes.editorasaraiva.com.br/navitacontent_/userFiles/File/SoniaLopes_Powerpoints/SoniaLopes_Textos_Atualiza_o/plantastrans.pdf
Fonte:http://www.pontociencia.org.br


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